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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ESTOU-ME A VIR

A síntese no discurso, poético, científico, político ou factual, é um "dom" ou uma prática arquirida pelo exercício eficaz do convencimento e da persuasão, através da comunicação (verbal, visual, gestual, sonora, da moda, das etiquetas sociais etc) cujo princípio repousa na arte retórica. O atual presidente dos EUA, Barack H. Obama, é o modelo eficiente da prática desta arte, levada a cabo pela mídia internacional e pela contextualizada pela esperança de um novo mito pela paz e prosperidade mundial. Autêntico em seu pronunciamento , sob um frio de 2 graus abaixo de zero, Obama falou com firmeza e determinação a um público record, que ultrapassou 1 milhão de pessoas, deslocando-se até a Washington, ontem, para ser testemunha da história imediata da América do Norte. O "arrepio", frisson da mídia americana não foi para menos: o 44º presidente dos Estados Unidos tem suas raízes na Àfrica, berço e mãe de nossas civilizações, que tanto a fizeram sofrer; nasceu em berço humilde e sempre defendeu as causas sociais. Barack aceitou o desafio de enfrentar o monstro que se alimenta de tragédias naturais, crises, guerras, desemprego, fome, pobreza etc. Por outro lado, o "dom", também carece de prática e conhecimento das potencialidades retóricas, da lógica e da poética, remanescentes do filósofo grego Aristóteles, um dos primeiros professores e fundar sua Academia para repassar seus conhecimentos, e não vendê-los como faziam os demais sofistas em sua época, bem antes de Jesus Cristo nascer e morrer por uma nova humanidade.. B.H.O. tem pela frente um tremendo desafio, que já vitimou líderes mundias como Martin Luther King (1929-1968) e J.F. Kenedy (1917-1963), que é a luta pela paz e harmonia dos povos da terra, o que significa neutralizar a ganância e o poder dos "senhores da guerra", que têm seus lucros bilionários na "guerra precaucional", como ocorreu no Vietnan (1964 - 1975) para conter o comunismo, com um saldo de mortos que oscila entre 1 milhão e meio a dois milhões de vietnamitas, entre civis e militares, e 54.000 soldados estado-unidenses, e a mais recentemente guerra contra o "eixo do mal", no Iraque e Afeganistão. Uma boa dica para se pensar nos genocídios autorizados do poder, está na análise do jornalista e historiador norte-americano, Fred J. Cook, presente no livro "THE WARFARE SATATE", traduzido, e proibido pela ditadura militar, no Brasil como "O Estado Militarista - O que há por trás da morte de KENNEDY" (Ed. Civilização Brasileira S.A.: Rio de Janeiro. 1968). Na época da guerra fria, dos hippies, do flower power, dos happinings sonorizados por guitarras elétricas em amplificadores potentes, havia no ar a leveza da ingenuidade e da desinformados - "pensar dói". Hoje, nos Foruns Sociais, no Campus Party 2009 vivemos uma nova era (Obama?) em que cada um tem que colaborar. Como na canção de Caetano Veloso, em pronúncia luzitana: porquê? , do CD "cê" (2006, universal music): "estou-me a vir/ e tu como é que te tens por dentro?/ porquê não te vens também?".

sábado, 17 de janeiro de 2009

SAPATADAS PELA PAZ

Enquanto o novo Presidente dos EUA, Barack Obama, não assume o mandato oficial, apesar de já estar a caminho numa histórica viagem de trem ao estilo do primeiro presidente do Partido Republicano dos EUA, Abraham Lincoln, um mega-evento multimídia o espera no dia 20 de janeiro, quando assume a Casa Branca, como a esperança dessa era, vamos lembrar uma cena passada em Bagdá, de "As Mil e Uma Noites", que difere do clássico literário mundial, por ser trágica e cruel nos estertores que a motivaram, cômica em sua espontaneidade cultural e ridícula, do ponto de vista da vítima da agressão, presa na sustentação ornamental do vazio pertinente aos políticos empodeirados. A história começa com a agressão de um jornalista iraquiano, durante conferência com a imprensa, em visita de surpresa do presidente dos Estados Unidos a Bagdad, no Iraque, no mês de dezembro. O gestual que compõe o acontecimento jornalístico, naquele contexto, mostra como um fato histórico produz desdobramentos involuntários, que movem as rodas ou roldanas do tempo, apesar das manipulações oportunistas da mídia globalizada. O episódio já inspirou a criação do videojogo SOCK AND AWE, desenvolvido pelo britânico Alex Tew, 24 anos, disponível em: http://play.sockandawe.com/, cujo objetivo é acertar a face de W. Bush; até o momento foram computadas 80.154.068 sapatadas virtuais na cara do dirigente máximo do Governo americano. Bush, em sua "luta contra o eixo do mal", ou contra "terroristas" é responsável pela invasão do Iraque, junto com o Reino Unido e outros países. A invasão, que já dura mais de 5 anos, computa algo em torno de 1 milhão de iraquianos civis mortos, além do caos instituído na região, que já foi berço da civilização ocidental. As sapatadas iradas do repórter iraquiano, contra o presidente W Bush, podem levá-lo à cadeia, mas deixam patentes a sua idignação e a sua revolta, coisa rara no jornalismo globalizado, lastreado pelas agências internacionais; imparcial. O ato individual, com conotações culturais locais, tem significado próprio, e desdobramentos múltiplos e imprevisíveis. Além de games, já rende dividendos ao administrador iraquiano, Ramazan Baydan, que em uma semana viu a produção de seus calçados aumentarem em até 20 vezes, gerando mais empregos e idéias para novos negócios. É que a procura pelos sapatos do jornalista, produzidos na fábrica de Baydan, ultrapassa as fronteiras do Iraque, invade o mundo Árabe e alcança os Estados Unidos. Para muitos ter aquela marca de sapatos nos pés é compartilhar com a ira do jornalista iraquiano. Batizada como "Bye Bye Bush" a marca do sapato, consagrada pelo uso e abuso do trabalhador da imprensa iraquiana, custa 20 euros na fábrica, segundo o jornal português "Expresso", que anuncia para o dia 19 de Janeiro, o início de uma campanha de marketing para lançar o calçado no mercado mundial, não só pela qualidade e eficiência da "marca", mas por simbolizar uma campanha internacional pela paz. Ainda, no "Expresso" português, fonte das informações deste poste, disponível em: http://aeiou.expresso.pt/, assistimos à ousadia do jornalista Muntazer Al-Zaidi, que, antes de atirar os sapatos e ser imobilizado pela segurança, manifestou seu repúdio ao desrespeito do Presidente dos EUA aos Direitos Humanos e gritou: "É o beijo de adeus, espécie de cão". O gesto foi reconhecido, pela secretária-geral da Associação Waatassimu para obras de caridade, Aicha Kadhafi, filha do líder líbio, Muammar Kadhafi, que anunciou intenção de condecorar com a "Ordem da Coragem" o jornalista Al-Zaidi, em comunicado entregue à imprensa em 15 de Dezembro de 2008. Disponível em: http://aeiou.expresso.pt/jornalista_que_atirou_sapatos_a_bush_condecorado_com_ordem_da_coragem=f478990 "Eu semeio vento, na minha cidade; vou prá rua e bebo a tempestade..." Salve os compositores Chico Buarque de Holanda e Maria Betânia. O Brasil precisa de nós, os sem emprego, sem terra, sem nada; indignados com a mesmice de nossa intelectualidade política burra, oportunista e casuísitca, e dispostos a reverter em prática o direito de pensar e exercer nossa opinião, direito inalienável e intransferível, garantida pela Democracia brasileira. Assim, artistas, jornalistas, cidad@s etc, vamos calçar os sapatos "Bye Bye Bush" , num ato simbólico de indignação e coragem contra a hipocrisia. Fico com o filósofo e pensador italiano Antôno Gramsci, "mais marxista do que Marx": "O anti-americanismo é mais cômico que estúpido" ... "me agrada utilizar precisamente a palavra CONFORMISMO para chocar os imbecis" ("O Pincípio Educativo em Gramisci - americanismo e conformismo, de Mario Alighiero Manacorda, Editora Alínea, lançamento em novembro de 2008. Fonte: Portal Mundo Acadêmico do MEC. HASTA LA VISTA!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

CARA SEM ROSTO - GUERRA E PAZ

"Iraqi Hero Muntazer al Zeidi" Charge de Carlos Lattuf Vivemos na época das repetições, dos decalques, do dígito mágico: (ctrl + x) e (ctrl + v). Protestar exige coragem e engajamento na luta pela paz, sem ser militante partidário ou fanático religioso. A História não acabou, é que ... a pensar, refletir sobre a ética e a moral de nosso tempo ... prefere-se ver e ouvir o que vem pronto, formatado pela sociedade da informação no mundo globalizado; perdemos o sentido da indignação, da revolta perante as injustiças, a capacidade de ser indivíduos sujeitos da história e ... re-agir, e trans-formar a realidade. Medicamentalizados (Fluoxetina, Viagra, Ritalina, Vallium etc) seguimos drogados e felizes, normalizados, acalmados e confortados pela ditadura do ego, desenhada pela mercadotecnia e mercancias publicitárias. Da segurança dos shoppings ou de nossas casas, assistimos, "impávidos, tranqüilos e infalíveis" às cenas de brutalidade contra crianças, velhos e indigentes; parece não nos tocar os massacres de populações civis e assassinatos políticos, que se sucedem no Iraque, na faixa de Gaza, nas favelas do Rio de Janeiro, na África, na Índia, na China ou em qualquer outro lugar do mundo em que se faça necessária a "faxina étnica" , a "guerra santa" ou o combate contra o "eixo do mal", segundo decidem os "Senhores da Guerra". Nosso silêncio, abafado em metáforas e parábolas midiáticas, se justifica pelas ditas "ações medicinais, preventivas", que garantem a hegemonia econômica e política das nações ricas. Se somos o povo da Terra, pergunto: o conceito de nação, incorporação recente ao mapa geopolítico, ultrapassa a dimensão humana? Manchetes internacionais enunciam, em textos e imagens sensacionalistas, tragédias e comédias instantâneas para o entretenimento diário dos cidadãos. Dos fatos, a dimensão real e desumanizante se esvai no potencial sedutor dos jogos e das tramas novelescas: play the game. Como disse Saramago, não se trata de ser pessimista, e sim de adimitir que "o mundo está péssimo", ora bolas! Esperançosos alguns dizem: e se meu time for campeão? Se eu acertar a mega sena? Para outros, o que importa é o que passa ante suas narinas perfeitas. Vá lá, "tudo vale a pena se a alma não é pequena", cantava Fernando Pessoa. Não se trata de ser vermelho, azul ou lilás e sim de saber qual espírito ãnima os seres contemporâneos, habitantes dos mundos virtuais da internet, que navegam (wireless) pelo tráfego das ruas em seus carros blindados de vidro fumê? Apesar da indiferença, do ANÔNimato vigiado, da trágica comédia urbana que tragada pelos olhos e ouvidos, em resolução digital, somos da mesma espécie; a do macaco pelado. Haja o que houver, venha o que vier, estamos na mesma nave (Terra), na crista da onda de nossas vidas pessoais: nossos gestos vibram o destino do Universo. Deus! A pensar, somos poucos ... mas somos mais a cada dia. Reproduzo convite da CONSCIENCIA.NET em seu café da manha de hoje, disponível em: http://cafe-da-manha.blogspot.com/search/label/palestina
A organização não-governamental Avaaz (que significa "voz" em várias línguas européias e asiáticas) iniciou uma campanha emergencial com um abaixo-assinado que será entregue ao Conselho de Segurança da ONU e às principais potências mundiais, na tentativa de pressionar por um cessar-fogo imediato e por medidas de atenção à escalada da crise humanitária na Faixa de Gaza, além de outras providências para que se possa atingir uma paz real e duradoura na região. Para ter participar da campanha, acesse: <http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace>
Assino em baixo. Findo esse POSTE com um convite aos amantes do trem a viajarem por este passado tão raro aos brasileiros nos sites: http://www.trem.org.br/ ; http://www.estacoesferroviarias.com.br/ e http://ferroviasdobrasil.blogspot.com/; esse último, além da viagem pela memória do trem, abre um link para o trabalho do cartunista Carlos Lattuf, uma crítica mordaz sobre o conflito no Oriente Médio, no site: TALES OF IRAQ WAR by LATUFF, disponível em: Quanto a nós, jornalistas des-empregados, só resta atirar os sapatos no palhaço "sem graça" que quer ver o circo pegar fogo, literalmente, como mostra o Latuff na charge que abre este poste, disponível em: HASTA LA VISTA!!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O que há de novo?

Sincero, não sei. A guerra, a fome, a doença e a tragédia continuam vitimando pobres e inocentes. A hipocrisia não está só na falta de caráter, ética e discernimento moral, é incorporada na paginação dos noticiários que revelam como é e será o nosso dia. 2009; avançamos um número, ficamos mais velhos e menos sábios. Hoje, em conversa com um amigo, à porta de sua borracharia na rua Bonsucesso, fiquei surprezo quando ao lhe perguntar sobre a vida ele respondeu: "tudo vai bem, o que atrapalha é a escola". Ele reclamava da "zoada" dos estudantes de uma escola pública naquela rua movimentada de Belo Horizonte; além da "zoada" geral, o divertimento dos jovens é jogar ovos podres nos carros que passam apressados para o centro da cidade; zoar, barbarizar, amedrontar, dão significados comuns a verbos conjugados pelos pedestres e motoristas que passavam em frente da escola - imagina lá dentro daquele estabelecimento de ensino, que aliás, visto de fora, mais parece um prédio carcerário, como a maioria das escolas públicas da cidade. Meus amigo borracheiro pegou uma cerveja gelada no bar da esquina e ficou curtindo seus blues, entre pneus, em paz, afinal é férias escolares. Enquanto sorve seu prazer gelado, meu amigo borracheiro pensa no correr dos anos e no mais velho, que chega sem motivos para crer na eficácia da disciplina intelectual para o aprendizado escolar, muito embora saiba que pneus furados não faltarão para consertar.