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sábado, 17 de janeiro de 2009

SAPATADAS PELA PAZ

Enquanto o novo Presidente dos EUA, Barack Obama, não assume o mandato oficial, apesar de já estar a caminho numa histórica viagem de trem ao estilo do primeiro presidente do Partido Republicano dos EUA, Abraham Lincoln, um mega-evento multimídia o espera no dia 20 de janeiro, quando assume a Casa Branca, como a esperança dessa era, vamos lembrar uma cena passada em Bagdá, de "As Mil e Uma Noites", que difere do clássico literário mundial, por ser trágica e cruel nos estertores que a motivaram, cômica em sua espontaneidade cultural e ridícula, do ponto de vista da vítima da agressão, presa na sustentação ornamental do vazio pertinente aos políticos empodeirados. A história começa com a agressão de um jornalista iraquiano, durante conferência com a imprensa, em visita de surpresa do presidente dos Estados Unidos a Bagdad, no Iraque, no mês de dezembro. O gestual que compõe o acontecimento jornalístico, naquele contexto, mostra como um fato histórico produz desdobramentos involuntários, que movem as rodas ou roldanas do tempo, apesar das manipulações oportunistas da mídia globalizada. O episódio já inspirou a criação do videojogo SOCK AND AWE, desenvolvido pelo britânico Alex Tew, 24 anos, disponível em: http://play.sockandawe.com/, cujo objetivo é acertar a face de W. Bush; até o momento foram computadas 80.154.068 sapatadas virtuais na cara do dirigente máximo do Governo americano. Bush, em sua "luta contra o eixo do mal", ou contra "terroristas" é responsável pela invasão do Iraque, junto com o Reino Unido e outros países. A invasão, que já dura mais de 5 anos, computa algo em torno de 1 milhão de iraquianos civis mortos, além do caos instituído na região, que já foi berço da civilização ocidental. As sapatadas iradas do repórter iraquiano, contra o presidente W Bush, podem levá-lo à cadeia, mas deixam patentes a sua idignação e a sua revolta, coisa rara no jornalismo globalizado, lastreado pelas agências internacionais; imparcial. O ato individual, com conotações culturais locais, tem significado próprio, e desdobramentos múltiplos e imprevisíveis. Além de games, já rende dividendos ao administrador iraquiano, Ramazan Baydan, que em uma semana viu a produção de seus calçados aumentarem em até 20 vezes, gerando mais empregos e idéias para novos negócios. É que a procura pelos sapatos do jornalista, produzidos na fábrica de Baydan, ultrapassa as fronteiras do Iraque, invade o mundo Árabe e alcança os Estados Unidos. Para muitos ter aquela marca de sapatos nos pés é compartilhar com a ira do jornalista iraquiano. Batizada como "Bye Bye Bush" a marca do sapato, consagrada pelo uso e abuso do trabalhador da imprensa iraquiana, custa 20 euros na fábrica, segundo o jornal português "Expresso", que anuncia para o dia 19 de Janeiro, o início de uma campanha de marketing para lançar o calçado no mercado mundial, não só pela qualidade e eficiência da "marca", mas por simbolizar uma campanha internacional pela paz. Ainda, no "Expresso" português, fonte das informações deste poste, disponível em: http://aeiou.expresso.pt/, assistimos à ousadia do jornalista Muntazer Al-Zaidi, que, antes de atirar os sapatos e ser imobilizado pela segurança, manifestou seu repúdio ao desrespeito do Presidente dos EUA aos Direitos Humanos e gritou: "É o beijo de adeus, espécie de cão". O gesto foi reconhecido, pela secretária-geral da Associação Waatassimu para obras de caridade, Aicha Kadhafi, filha do líder líbio, Muammar Kadhafi, que anunciou intenção de condecorar com a "Ordem da Coragem" o jornalista Al-Zaidi, em comunicado entregue à imprensa em 15 de Dezembro de 2008. Disponível em: http://aeiou.expresso.pt/jornalista_que_atirou_sapatos_a_bush_condecorado_com_ordem_da_coragem=f478990 "Eu semeio vento, na minha cidade; vou prá rua e bebo a tempestade..." Salve os compositores Chico Buarque de Holanda e Maria Betânia. O Brasil precisa de nós, os sem emprego, sem terra, sem nada; indignados com a mesmice de nossa intelectualidade política burra, oportunista e casuísitca, e dispostos a reverter em prática o direito de pensar e exercer nossa opinião, direito inalienável e intransferível, garantida pela Democracia brasileira. Assim, artistas, jornalistas, cidad@s etc, vamos calçar os sapatos "Bye Bye Bush" , num ato simbólico de indignação e coragem contra a hipocrisia. Fico com o filósofo e pensador italiano Antôno Gramsci, "mais marxista do que Marx": "O anti-americanismo é mais cômico que estúpido" ... "me agrada utilizar precisamente a palavra CONFORMISMO para chocar os imbecis" ("O Pincípio Educativo em Gramisci - americanismo e conformismo, de Mario Alighiero Manacorda, Editora Alínea, lançamento em novembro de 2008. Fonte: Portal Mundo Acadêmico do MEC. HASTA LA VISTA!

Um comentário:

Ana Paula disse...

O livro que cita no final parece bom, hein? Gostei bastante do texto,vamos ver se este comentário vai.